terça-feira, 31 de maio de 2011

Origem da Violência

"As origens da violência".
Um ensaio sobre a psicopatologia do Comportamento Agressivo.
                                 As primeiras origens.
                                   A Relação Pais/Filhos.
As raízes do comportamento agressivo começam na infância e estão alicerçadas na relação de afeto com as figuras maternas e paternas.
Para a menina a mãe é a "figura de molde" o pai o "modelo teórico".
Ela procura ser "como" ou o "oposto" da mãe e procura alguém "igual" ou o "oposto" do pai.
Para o menino o pai é a "figura de molde" a mãe o "modelo teórico.”
Ele procura ser "como" ou o "oposto" do pai e procura alguém "igual" ou o "oposto" da mãe.
Isto vai depender da relação afetiva entre pais e filhos.
O relacionamento afetivo entre pais e filhos é de extrema importância na formação da personalidade da criança. Ele pode criar marcas altamente positivas, como pode deixar registros negativos que influenciarão na formação do caráter.
_Vamos ver:
Pais ausentes.
A falta de relação afetivo/corporal entre pais e filhos é o primeiro passo para o estabelecimento de um comportamento agressivo.
Pais distantes que tem pouco ou nenhum contato afetuoso podem desenvolver em seus filhos uma relação de afastamento com a figura de "PODER" gerando em seus filhos uma relação AMOR/ÓDIO muito forte.
Esta relação AMOR/ÓDIO é um dos principais "FATORES" da agressividade.
O amor geralmente é dirigido a "OBJETOS", ou melhor, na "POSSE" material, e o "ÓDIO" a quem "TEM" (materialmente ou hierarquicamente).
 “TER” significa "PODER".
"SER" é secundário, pois "SOU" na medida em que "TENHO".
Quanto mais "TENHO" mais "EXISTO".
Acontece que na maioria dos casos estas crianças, por falhas em sua formação tem dificuldades em investir "DE SI" para "OBTER ou "ATINGIR" algum objetivo.
Assim podem partir para comportamentos "SOCIOPÁTICOS" na vida adolescente e/ou adulta.
É uma porta para o uso de "DROGAS" ( criar um mundo artificial), para os comportamentos de "TIRAR DOS OUTROS AQUILO QUE DESEJA" ( furtar, roubar,etc.), para a necessidade do "USO DE ARMAS" (sentir-se mais forte, mais poderoso, etc.).
"Tiro do mundo aquilo que me foi negado!
"Tudo que é contrário a meus interesses ou minha ideologia tem que ser lesado pois esta errado"!
"Tudo que é contra ou interfere em meus desejos eu destruo."
_O inverso:
Pais superprotetores.
Pais extremamente presentes que superprotegem e inibem a liberdade de expressão dos filhos podem gerar a "IDÉIA" de que eles são "INATINGÍVEIS", é o "CENTRO DO MUNDO". Este "EGOCENTRISMO" gera quase sempre um comportamento agressivo contra as figuras hierarquicamente superiores, pois é difícil seguir ou obedecer a regulamentos.
Eles "ME IMPEDEM OU DIFICULTAM" fazer "O QUE QUERO DA FORMA QUE QUERO, NA HORA QUE QUERO"!
"Tudo que é contrário a meus interesses ou minha ideologia tem que ser afastado, pois está errado"!
_Outra forma:
Pais agressivos.
Pais que usam o bater como "FORMA PEDAGÓGICA" ou que agridem para impor "RESPEITO", podem estar gerando uma repetição "AMPLIADA” deste comportamento nos filhos.
"Aquilo que quero consigo sempre, nem que for preciso usar da minha força, da agressividade, ou de qualquer outra forma que consiga me impor"! "Tudo que é contrário a meus interesses ou minha ideologia tem que ser destruído, pois está errado"!
O período de Socialização.
(os primeiros anos da vida escolar)
Estes 3 casos podem ser vistos no período de socialização muito claramente:
Crianças extremamente "COMPORTADAS" podem só estar acumulando "ÓDIO" por não conseguir vencer suas barreiras e se "EXPRESSAR".
Crianças extremamente "DESCOMPORTADAS" podem já estar expressando suas dificuldades de seguir ou obedecer "NORMAS".
Crianças com extrema "DIFICULDADE" em aprender ou se concentrar podem já estar expressando sua "REBELDIA".
Crianças que não conseguem "DIVIDIR OU COMPARTILHAR" brinquedos podem já estar expressando sua necessidade de "POSSE".
Crianças com "DIFICULDADES" ou "AGRESSIVAS" na participação de brincadeiras em grupo podem já estar expressando sua falta de aceitação às "NORMAS".
O pré-adolescente ou o adolescente.
Que procura "GRUPOS COM IDÉIAS" contrárias às normas,
procura para impor as suas.
Que procura "GANGS" com comportamento agressivo,
procura para se sentir mais forte.
Que procura "GRUPO QUE USA DROGAS",
procura porque não precisa dar nada de si nem é exigido em nada.
Que procura usar "ARMAS",
procura para ter "Poder".
Que usa o "CARRO" para correr e mostrar sua habilidade na velocidade,
o faz para estar "Além" das normas.
Que usa o carro como uma "EXPRESSÃO DE PODER", desrespeitando normas como:
"farol vermelho, faixa de pedestres, estacionamento irregular, não admitindo que ninguém o ultrapasse, querendo levar sempre vantagem".
Está mostrando claramente sua fragilidade emocional manifesta na agressividade e é um forte candidato a "Ser um adulto Agressivo".
Como evitar ou corrigir?
Procure ser mais afetuoso com seus filhos.
Não economize afeto nem contato corporal. A criança precisa ser "alimentada afetivamente" para depois ter afeto para dar.
Não use ameaças e/ou castigos corporais em excesso pois a criança pode se acostumar e achar que é uma forma correta de expressão.
Não dê "ARMAS DE BRINQUEDO" pois a criança pode "gostar do suposto poder" que a arma traz.
Não superproteja seus filhos.
Permita que eles experimentem e aprendam pelo próprio esforço (nem que eles falhem ou errem).
Falhar é bom para aprender a enfrentar desafios.
Não estimulem a relação de posse.
Incentivem a criança a dividir seus brinquedos na brincadeira.
Não isolem seus filhos.
Incentivem a participação de atividades de grupo pois facilitará na vida adulta o convívio social.
PERMITA-SE admitir estar errado, quando falhar na presença de seus filhos.
Eles precisam de "PAIS HUMANOS" e saber que "ERRAR É HUMANO".
Não se mostre ONIPOTENTE na presença dos filhos.
Eles precisam de pais ao alcance deles não de ídolos distantes!
Permita-se dizer "NÃO SEI" em vez de dizer "agora não tenho tempo ou não posso ou pergunte para...!
Com certeza eles ficarão mais felizes por ter um pai ao alcance de seu conhecimento, "um pai presente".
Não desrespeite "NORMAS" na presença de seus filhos, pois eles vão aprimorar os erros vistos nos pais.
No trânsito faça um esforço, siga as normas. (pelo menos na presença deles)
Assim ainda chegaremos a um trânsito mais educado e com menos acidentes.
Participe mais da vida de seus filhos.
Assim não correrá riscos de surpresas pois as expectativas deles serão de seu conhecimento e terão sua participação.
Autor - José Roberto Paiva
editado em 01.05.99

REVISTA PSICOPEDAGOGIA


Edição nº 85 - veja também a news ABPp
EDITORIAL


Mantendo a tendência editorial deste periódico de acolher os artigos enviados espontaneamente por seus autores e aprovados após parecer dos membros do Conselho Editorial, trazemos a público, nesta edição de abril de 2011, dez excelentes trabalhos.
Em uma época em que se pontua a educação escolar com o respeito à diversidade, abrimos a edição com duas pesquisas, frutos da preocupação de seus autores com a ação do educador dentro da sala de aula e com os problemas de desenvolvimento encontrados do processo inicial de aprendizagem da leitura. "Treinamento de habilidades fonológicas em escolares de risco para dislexia", de autoria de Cintia Cristina Fadini e Simone Aparecida Capellini, resulta de uma pesquisa cujo objetivo foi analisar a eficácia do treinamento de habilidades fonológicas em alunos de 1ª série, de ambos os gêneros, na faixa etária de 6 a 7 anos idade com risco para dislexia.
Em seguida, Olga Valéria Campana dos Anjos Andrade, Paulo Sérgio Teixeira do Prado e Simone Aparecida Capellini abordam o "Desenvolvimento de ferramentas pedagógicas para identificação de escolares de risco para a dislexia", uma proposta de atividades pedagógicas práticas e coletivas, que se apresentam como potenciais instrumentos na identificação de escolares de risco para desenvolver dificuldades na leitura-escrita .
"Pesquisando metodologias de (re)construção de aprendizagens a partir da interação com o computador" é tema do relato de experiência de Joelma Cristina Santos e Maria de Fátima Aranha de Queiroz e Melo, onde as autoras relatam um processo de Iniciação Científica, cujo objetivo foi investigar metodologias para (re)construção de aprendizagens a partir da interação do aluno com o computador, o que se mostrou um excepcional instrumento prático para promover o interesse e alcançar êxito na aprendizagem.
Um segundo relato de experiência, "Bonecas, diversidade e inclusão: brincando com as diferenças", de Michelle Brugnera Cruz, nos ajuda a compreender como as crianças operam com os conceitos de diversidade e inclusão, a partir das bonecas, que historicamente fazem parte das brincadeiras infantis e representam os ideais de infância da sociedade. "Redes sociais e relacionamentos de amizade ao longo do ciclo vital", de Diogo Araújo de Sousa e Elder Cerqueira-Santos, consiste em uma interessante revisão da literatura, cujo objetivo central consiste em analisar os estudos sobre redes sociais e relacionamentos de amizade ao longo do desenvolvimento no ciclo vital.
Em "A importância da figura paterna para o desenvolvimento infantil", Edyleine Bellini Peroni Benczik nos apresenta algumas instigantes reflexões sobre o atual papel do pai, tanto para o filho, quanto para a família, e aponta para a sua importância na estruturação psíquica e no desenvolvimento social e cognitivo da criança.